Não podemos mais compreender o trabalho de gestão escolar apenas como aquele que controla o orçamento, mantém a
disciplina, coordena professores e pessoal administrativo e garante o cumprimento dos dias
letivos. Temos que pensar num modelo de administração integrado às questões pedagógicas, em
que todas as ações devam focar
a educação que se quer produzir na escola, sob a ótica de uma gestão
democrática e participativa.
Para que o trabalho do gestor seja mais organizado e
transparente para toda a comunidade escolar, o uso das TIC, é essencial, pois possibilita disponibilizar um grande número de dados com
transparência, prestar contas, controlar as notas de alunos, a presença dos
professores, discutir propostas para a escola, “ouvir” opiniões e
principalmente permitir que as informações sejam colocadas em rede aberta, para
que todos realmente possam acompanhar e sugerir dentro do ambiente escolar,
considerando como objetivo principal o desenvolvimento do ensino e
aprendizagem.
Além
disso, o gestor é preciso ter domínio da internet e de programas de edição de
texto, de apresentação de dados e de tabulações, pois são recursos essenciais
que utilizará no seu dia-a-dia na Unidade Escolar, e que possibilita uma
transmissão mais coesa de seu trabalho.
É
nesse contexto que surge a importância da formação em Tecnologias Educacionais não
só para o professor, diretor, coordenador, mas também para todos os
funcionários, para que a tecnologia não seja utilizada só em sala de aula, mas
faça parte do coletivo. Ninguém pode ficar de fora da inclusão digital na
escola, e a função do gestor é envolver todos nesse processo.
Na
prática, é preciso que todos atribuam sentido aos equipamentos em seu trabalho.
E só a partir do momento em que incorporamos as novas mídias que valorizamos
seu uso. Temos hoje boas bases informatizadas que foram criadas pelas próprias
Secretarias de Educação com o intuito de facilitar o acompanhamento de dados
escolares, como desempenho de alunos, índices de aprovação e evasão, além de
outras opções que a internet possibilita.
No
entanto, de nada adianta o diretor alimentar essas bases se, quando alguém
solicita alguma informação, ele acha mais fácil procurar num papelzinho. Sendo
assim, é necessário produzir um site como um espaço de diálogo de toda a
comunidade escolar, para que nele divulgue as reuniões, os eventos para atrair
a atenção dos pais e, com essa interação, promovam debates sobre temas ligados
à escola.
Por exemplo, a
reorganização do Projeto Político Pedagógico, tem a possibilidade de ser
organizado utilizando-se dessa ferramenta, pois podemos desenvolver as etapas passo a passo, fazendo o
planejamento e compartilhando o registro com a comunidade escolar.
Além
de permitir que os pais acompanhem a vida escolar dos alunos, crie grupos de
aprendizagem e ofereça a formação continuada aos professores, tudo via
internet. Como os encontros presenciais são cada vez mais difíceis hoje em dia
por causa da falta de tempo, devemos aproveitar a tecnologia para promover
essas reuniões virtuais.
Temos
percebido que a participação em reuniões do Conselho Escolar ou APMs, estão
cada vez mais difíceis, sendo assim ações isoladas e desarticuladas são apenas
paliativas e pouco eficazes, o que não contribui para uma gestão realmente
democrática.
Se
quisermos ter ações educacionais produtivas, com crianças motivadas e participativas,
com professores competentes e dedicados, gerando aulas criativas e interessantes,
com recursos financeiros, tecnológicos, participação efetiva dos membros da
comunidade escolar, devemos analisar a forma como a escola é dirigida.
E sem
duvida nenhum a inclusão digital é uma ferramenta de extrema importância para
que a participação da comunidade escolar seja realmente eficaz, para contribuir
com uma gestão democrática.
Para
isso acredito que algumas iniciativas devem ser tomadas pela direção da escola,
tais como, propiciar o desenvolvimento da autonomia aos professores e pedagogos
para buscarem e proporem soluções para os problemas que afetam a qualidade de
ensino desenvolvida pela escola. Deve-se considerar aqui o local onde a escola
está inserida, as suas necessidades, a cultura local, os recursos disponíveis e
a forma como são utilizados.
Além
de estimular a participação geral nas questões político-pedagógico e na criação
de grupos de trabalho, capazes também de tomar decisões visando à otimização e produtividade
dos espaços escolares, principalmente quanto à utilização dos recursos físicos
e tecnológicos por toda a comunidade escolar.
O
diretor, que continua tendo um papel essencial, fica com a missão de
identificar e mobilizar os diferentes talentos na escola e comunidade para que
as metas sejam cumpridas e, principalmente, conscientizar todos para a
importância da contribuição individual e coletiva para a qualidade do todo.
Autora:
Cláudia de Alcântara Oliveira Pereira